Corinthians levantando a taça do brasileirão feminino de 2020
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Brasileirão Feminino terá mudanças a partir de 2022

Taís Miotti
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O Brasileirão Feminino terá a adição de uma terceira divisão em 2022 que promete mudanças positivas nos calendários dos clubes.


História do Brasileirão Feminino

O Campeonato Brasileiro de Futebol, ou Brasileirão, teve sua primeira edição disputada em 2013 e, desde então, configura-se como a principal competição da categoria no país. Seu início partiu de uma parceria entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Caixa Econômica Federal, onde participaram as 20 melhores equipes do Ranking da CBF.

Em 2017, a Confederação alterou o modelo de disputa do campeonato, reduzindo a quantidade de equipes da primeira divisão de 20 para 16 e criando a Série A2, também com 16 clubes. Em contrapartida, o início da segunda divisão implicou no cancelamento da Copa do Brasil Feminina. Atualmente, é a partir do Brasileirão que é indicado o representante nacional à Copa Libertadores da América, realizada pela Conmebol.

audax em 2016 levantando a taça da última edição da copa do brasil feminina
Equipe do Audax, em 2016, quando venceu a última edição da Copa do Brasil Feminina. Foto: divulgação CBF.

 

Modelo das séries A1 e A2 do Brasileirão Feminino

A princípio, o Campeonato Brasileiro A1 é disputado em quatro fases. Na primeira, os 16 clubes competem no padrão de pontos corridos, em turno único. Os 8 primeiros colocados se classificam para as quartas de final e os 4 últimos são rebaixados para a Série A2. Nas quartas de final e nas semifinais, os confrontos são realizados no sistema eliminatório de “mata-mata”, classificando o vencedor de cada grupo. Na final, os dois clubes restantes se enfrentam a fim de definir o campeão.

Enquanto isso, a Série A2 tem passado por constantes mudanças em relação a sua composição todos os anos. Contando com a participação de 36 clubes, sua última edição foi formada pelos 4 rebaixados da Série A1 do ano anterior; 1 representante de cada um dos 27 estados e os 5 melhores times no Ranking da CBF (Masculino) que já não estiverem na primeira divisão.

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Como vai funcionar a Série A3

Em 2022, a CBF dará início à terceira divisão do Brasileirão Feminino. Decisão que aumentará o número de equipes participantes da competição nacional, passando de 52 para 64, divididas entre as três séries.

Ademais, a Séria A3 exporá um novo critério para a classificação dos clubes. Esta contará com representantes de todos os estados e do Distrito Federal. Desse modo, estarão participando os 27 campeões estaduais, mais os 4 primeiros clubes do Ranking Nacional (Masculino), além de 1 time que estiver melhor posicionado no Ranking Nacional de Federações de Futebol Feminino do mesmo ano.

Caso a equipe campeã estadual da temporada anterior já estiver classificada para o Campeonato Brasileiro A1 ou A2 do ano, sera substituído conforme a ordem de classificação final do estadual que originou a vaga. Se houver desistência de alguma equipe classificada pelo Ranking Masculino, sua substituição se dará seguindo a classificação do mesmo.

Além dessa nova composição, a segunda divisão também passará por mudanças: terá incluídos 16 clubes, ao invés de 36. Na próxima temporada, estarão classificados os 4 rebaixados da A1 e as equipes que se classificarem para as oitavas de final da A2 em 2021 (5° ao 16° colocados).

Nesse sentido, a Série A2 será disputada por 4 grupos de 4 clubes que jogam entre si em dois turnos. Avançam para a segunda fase os 8 melhores colocados (2 primeiros de cada grupo), que jogam em sistema eliminatório, com jogos de ida e volta, até a final. Já a A3 possuirá uma primeira fase também com jogos de ida e volta (caso a equipe não perca de 3 a 0 no primeiro duelo). Dessa forma, avançarão para a segunda fase as 16 equipes vitoriosas da primeira, que jogam em formato mata-mata em dois jogos, até a final.

 

Futebol Brasileiro a partir de 2022

Em razão da mudança, os times terão calendários fixos a partir da próxima temporada, com revezamento das equipes promovidas e rebaixadas entre as divisões nacionais. O objetivo é democratizar o futebol feminino, inserindo mais equipes na competição para que estas tenham mais visibilidade e oportunidades de crescimento. Além disso, ainda ocorrerá a criação de novos empregos na área e o fortalecimento das categorias de base femininas.

Visto os pontos citados, a PressFut foi em busca de dois renomes do esporte na atualidade para que estas dissertassem sobre suas opiniões em relação ao tema. Confira abaixo o que foi dito por elas:

Luana Menegardo, zagueira da Ferroviária, bicampeã da Libertadores e campeã Brasileira:

“Acredito que foi mais um passo importante para a evolução do futebol feminino. Nós que sempre estamos buscando calendários melhores agora com a criação da série A3 também é possível o aumento do calendário para os clubes menores, posso falar particularmente de RO e do ES por já ter morado nesses dois estados e só os campeões estaduais tinham uma sequência no ano, já com a A3 há a possibilidade de mais clubes estarem em atividade gerando mais visibilidade e oportunidades para meninas que tem o sonho de se tornarem atletas e também não precisar se deslocarem tanto para ter chances maiores de jogar futebol, como foi o meu caso e de tantas outras atletas. O formato do campeonato talvez não tenha sido o melhor, porém, é apenas um primeiro passo a criação, ao longo do tempo acredito que irá mudar a forma de disputa.” – Luana Menegardo para a PressFut.

 

Vivian Cardoso, camisa 10 do Botafogo, atual campeã carioca e conhecida como “The Queen of Derbies”:

“Eu acredito que com mais uma divisão do campeonato brasileiro pode agregar muito para o surgimento de outras equipes no Brasil como um todo. Isso também ajuda a desenvolver os novos projetos e equipes, tanto na parte técnica dentro de campo, como na parte administrativa, da gestão fora de campo. Assim, as equipes ao longo de cada temporada evoluem, buscam o acesso de forma gradativa e com isso vai nivelando cada série e deixando as divisões equilibradas, com bom nível técnico e ótimos jogos. No futuro, acredito que tenhamos ainda mais espaço para surgimento de novas craques, e com o caminho da profissionalização do futebol feminino, acredito que isso possa tornar nosso campeonato ainda mais forte e relevante.” – Vivian Cardoso para a PressFut.

Taís Miotti

Cursando economia e falando de futebol nas horas vagas.
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