Bruno Pivetti. Crédito: Gustavo Oliveira
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Bruno Pivetti: teoria e prática para o bom desempenho no futebol

Daniel Dutra
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Em entrevista para a PressFut, Bruno Pivetti destrinchou temas como Periodização Tática e resumiu sua carreira que está apenas começando, mas que já carrega anos de bagagem (literalmente). Do Brasil foi para Portugal, passou pela Bulgária, e agora está de volta ao Brasil.


Com passagens por clubes do Brasil e da Europa, Bruno Pivetti possui uma carreira rica em conhecimento e experiência. Atual assistente técnico e coordenador de formação do EC Vitória, ele é um dos responsáveis por popularizar o tema periodização tática no Brasil. Autor de um livro, Bruno é reconhecido no mundo científico do futebol. Para ele, é muito importante mesclar seu conhecimento teórico, com suas atividades práticas. Por isso, sua metodologia está sempre recebendo atualizações.

Clique no link abaixo para ler a segunda parte da entrevista:

Bruno Pivetti: a importância da periodização tática na volta do futebol

Com tanto a nos enriquecer de conhecimento, a entrevista de Bruno Pivetti será dividida em duas partes. Fique então com o primeiro capítulo:

  1. Braço direito de Geninho, hoje você acumula as funções de assistente técnico e coordenador de formação do Vitória. Pelo nome das funções, já pode-se imaginar uma certa importância do seu trabalho no clube baiano. Mas como funciona exatamente essas funções?

Sou um funcionário da Instituição atuando em duas frentes. A primeira como Assistente Técnico da Categoria Profissional e, a segunda, como Coordenador Técnico das Categorias de Formação.

Aceitei o convite do Presidente Paulo Carneiro para contribuir para a implementação de uma diretriz comum a todas as esferas do clube, e que esta norteie tanto os aspectos conceituais das ideias de jogo, como também a forma de implementação destas ideias na prática.

A minha presença na Categoria Profissional é justamente fazer com que estas ideias de jogo adotadas pelo clube, bem como a metodologia utilizada para a sua efetivação sejam respeitadas. Sem retirar obviamente, a autonomia do treinador, a qual deve ser inegociável. Por este motivo é tão importante que todos trabalhem em sintonia e prol dos objetivos do clube. É fazer com que as vontades pessoais sejam suplantadas pela diretriz institucional.

Além disso, tenho uma atuação junto ao Departamento de Mercado para poder auxiliar no processo de estabelecer o perfil de jogador que possa vir ao EC Vitória e agregar em nosso Modelo de Jogo. O acompanhamento das Categorias de Base também é constante para que possamos promover e oportunizar jogadores da nossa formação na Categoria Profissional.

É importante dizer que a minha atuação na Categoria Profissional é integrada as minhas responsabilidades nas Categorias de Base. O objetivo é atender conceitualmente todas as Categorias, porém minha prática diária é junto à equipe profissional. Atuando na concepção e operacionalização dos treinos, análise da nossa equipe e dos adversários e auxiliando o treinador no preparo, realização e análise posterior dos jogos.

Especificamente em relação as Categorias de Base, o estabelecimento do processo da Coordenação Técnica se dá muito mais por um suporte conceitual e metodológico. Este se deu em quatro fases.

A primeira, com a apresentação para todas as Categorias, daquilo que perspectivo em relação a Metodologia de Formação em Longo prazo, as Ideias de Jogo que defendo e a Metodologia que utilizo para colocar estas ideias em prática.

Após estas reuniões iniciais, na segunda promovemos uma apresentação de cada treinador que compõem o Departamento de Base, a fim de todos entrarem em contato com as ideias e metodologias dos demais. Isto promoveu um interessante intercâmbio de informações que foram fundamentais para construirmos e consolidarmos aquilo que é consenso do clube.

A partir daí, realizamos, já durante a quarentena, a terceira fase, que foi uma compilação de todas ideias apresentadas a fim de criamos o Documento Orientador do Clube em relação ao Modelo de Jogo. Assim, apresentei os conceitos das ideias institucionais do clube nos diferentes momentos que compõe o jogo. Com este material, em conjunto com os demais coordenadores, treinadores e analistas, sistematizamos o Modelo de Jogo, as atribuições técnicas dos jogadores e as características que os mesmos devem ter segundo suas posições para melhor se inserir na Ideias de Jogo do clube.

A quarta fase será o investimento na Metodologia utilizada para que estas Ideias sejam concretizadas em campo. Desta maneira, iremos realizar aulas práticas sobre a criação dos exercícios para o desenvolvimento dos princípios de jogo; a concepção e organização dos conteúdos durante a semana; e a organização geral das unidades de treino. Podendo assim, padronizar as práticas metodológicas do clube respeitando é claro as particularidades que cada treinador vivencia em sua respectiva Categoria.

O objetivo geral é promover uma construção conjunta respeitando aquilo que remete a história e as tradições do clube. Com isso, fica mais facilitado a promoção daquilo que sempre foi a essência do EC Vitória, que foi alinhar resultados expressivos em campo com a revelação de grandes talentos para o futebol nacional e internacional. Com uma organização detalhada dos objetivos institucionais do clube, fica mais fácil o fluxo de jogadores nas diferentes categorias bem como o seu melhor aproveitamento na Categoria Profissional.

  1. Nos últimos anos a gente percebeu uma espécie de reforma nos treinadores brasileiros. Uma nova safra surgiu com Tiago Nunes, Fernando Diniz, Fábio Carille e tantos outros. Contudo, criou-se uma rivalidade na mídia entre as gerações de treinadores. Como você enxerga essa tentativa de dividir profissionais?

Creio que é muito simplista e injusto, até certo ponto, qualificar treinadores somente pela sua geração. Na minha opinião, as valências do treinador envolvem sinteticamente três fatores, que são as Ideias de Jogo, a metodologia que utiliza para colocar estas ideias em prática e a sua capacidade de liderança.

Obviamente que alguns treinadores serão mais ou menos fortes em cada um destes fatores e estes devem buscar estratégias de compensações para que estas três vertentes sejam bem desenvolvidas em seu processo de trabalho. Por isso é fundamental um critério detalhado na montagem de uma Comissão Técnica. As lideranças autocráticas estão cada vez mais perdendo espaço, assim a fomentação de uma boa equipe de trabalho é fundamental para um processo produtivo.

Creio que se estes três aspectos forem bem desenvolvidos e interligados em um processo lógico, do treinador e de sua comissão técnica, a chance frequente de bons resultados aumenta substancialmente. Agora, o futebol permite que se chegue ao êxito de diferentes formas, porém temos que estar sempre em busca daquela que nos permite ganhar com mais frequência.

Isto independe da idade do treinador, mas sim de sua inteligência e capacidade de adaptação a novos contextos e conhecimentos. O futebol é uma modalidade que evolui todos os dias em todos os sentidos. Assim, os líderes do processo devem estar sempre atentos e através de uma reflexão constante, buscar sempre uma evolução de suas diretrizes de trabalho.

Esta busca pode ser com base nas reflexões daquilo que é feito diariamente pelos mesmos e por suas respectivas comissões técnicas, bem como em novos conhecimentos na área do futebol que são diariamente produzidos ao redor do mundo.

Esta prerrogativa não vale somente ao futebol, nos dias de hoje em que a propagação de informações é extremamente rápida, a capacidade de adaptação tem que ser constante. E, veja bem, a capacidade de adaptação não remete a ceder a modismos e a novas informações que chegam a todo momento, mas sim ter a sua essência de conhecimento e convicções bem definidas e fazer com que estas sejam enriquecidas e permeáveis a absorverem novas informações que se apliquem em seu contexto.

Bruno Pivetti, assistente técnico e coordenador de formação do Vitória. Letícia Martins/EC Vitória
Bruno Pivetti trabalha em duas funções no Vitória, ajudando a integrar a base com o profissional. Crédito: Letícia Martins/EC Vitória
  1. O que aparentemente diferencia os novos treinadores citados dos mais experientes, é quanto a atualização nos estudos. Seguindo nessa pegada, você é um cara que tem diversas formações no mundo esportivo. Qual o tamanho da importância dessa base teórica no seu trabalho?

Não posso responder sobre o processo de preparação de outros profissionais, mesmo porque não os acompanho em suas estratégias de atualização nos estudos, já que não estou diariamente com os mesmos. Agora o meu processo de formação teve por objetivo vivenciar as mais diversas escolas que envolvem o futebol, para que eu tivesse acesso a um conhecimento diverso e diversificado.

Isto me ajudou a desenvolver uma boa capacidade de adaptação aos inúmeros contextos que já presenciei no futebol. Para se adaptar rapidamente à um determinado contexto, é preciso, dentre outras qualidades, criatividade para solucionar problemas que aparecem a todo instante. E podemos dizer que um dos princípios que envolvem o processo criativo é justamente a diversidade de conhecimentos. Isto facilita e muito a aplicação das ideais base, nos mais diversos cenários.

Tive uma sólida formação em fisiologia e preparação física tanto na minha graduação e iniciação científica na EEFE-USP, quanto na minha pós-graduação em Fisiologia do Exercício na UNIFESP. Tenho um bom conhecimento das esferas mais administrativas da modalidade pelo MBA em Gestão em Marketing Esportivo que realizai na TREVISAN, Escola de Negócios. O intercâmbio na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto foi essencial para que eu tivesse acesso a Metodologia Periodização Tática por meio de seu criador, Vítor Frade. E minha licença de treinador, retirei no curso da ATFA, justamente escolhida para que eu tivesse acesso àquilo que é a escola argentina de futebol. Posteriormente homologuei esta licença junto a CONMEBOL.

Além desta formação de ordem mais teórica, tive a oportunidade prática de realizar trabalhos na Categoria Profissional nas quatro divisões paulistas e nas quatro divisões nacionais. Disputei também o Campeonato Paranaense e competi nas Copa Paulista, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Primeira Liga. Vivenciei o futebol europeu, disputando o Campeonato Búlgaro, a Copa da Bulgária e a Supercopa Búlgara. Além de disputar grandes Campeonatos Internacionais, como a Libertadores da América, a Europa League e as eliminatórias da Libertadores, da Champions League e da Europa League. Além disso, tive a oportunidade de disputar as mais diversas competições de base em nível estadual e nacional.

Trabalhei com diversos treinadores em nível profissional e na base, de diferentes ideias e metodologias que contribuíram para que eu agregasse muito conhecimento tanto em meus conceitos de jogo, como também acerca da minha metodologia de treino.

Todo este arcabouço teórico-prático é para mim hoje fundamental para que eu tenha uma boa capacidade de adaptação e comunicação no contexto em que estou. Estes são pressupostos importantes que o mercado do futebol exige de seus profissionais. Por vezes, como lidamos com um fenômeno de muitas paixões, temos que otimizar nosso tempo, pois a exigência em termos de entrega de resultados é sempre imediata. Assim, as adaptações nas relações interpessoais e no entendimento do cenário devem o mais eficiente possível.

Bruno Pivetti. Crédito: Gustavo Oliveira/Atlhetico
Bruno Pivetti. Crédito: Gustavo Oliveira/Atlhetico
  1. O Brasil possui alguns nomes importantes no campo científico do futebol, que não necessariamente estão na linha de frente, no campo prático, como técnicos. Alguns de fato não foram tão chamativos quando estiveram, e outros, como você, ainda não trabalharam dessa forma. Planejando sua carreira hoje, você pretende se tornar técnico algum dia?

“Trabalho por isto diariamente e creio que acontecerá naturalmente pela dedicação com que venho me preparando para exercer esta função.”

Na verdade, já sou um Técnico, tanto pela minha formação quanto pelas experiências práticas que tive ao longo da minha carreira. Aqui no Brasil especificamente temos a mania de conceber o treinador principal e o restante como auxiliares. Um fala e os outros obedecem. Agora nos grandes centros, todos auxiliares são considerados treinadores que são liderados por um principal. Creio que esta é a melhor forma de se idealizar a organização de uma Comissão Técnica. Isto favorece as trocas de informações, debates produtivos que levam ao aumento e a produção de conhecimento. Obviamente que a decisão final será do líder principal e este será o responsável por tudo que ocorre em consequência. Todavia, todos participam do processo de tomada de decisão, minimizando-se também assim, a incidência de erros.

Do ponto de vista legal, já possuo um nível em termos de licença que me permite trabalhar como Treinador Principal nas Categorias Profissionais. Já exerci a função de Treinador Principal do SUB 20 do Clube Athletico Paranaense em 2015, cujos resultados foram satisfatórios tanto no campo, quanto no processo de formação dos jogadores. Em nível profissional, já cumpri algumas vezes a função de interino no próprio CAP e na Ferroviária. Porém, ainda não recebi uma oportunidade de ser o treinador principal em uma Categoria Profissional. Trabalho por isto diariamente e creio que acontecerá naturalmente pela dedicação com que venho me preparando para exercer esta função.

Por vezes, este rótulo de ser um profissional oriundo da Academia atrapalha um pouco para que se tenha a oportunidade como treinador principal. Porém, assim como todos os rótulos, este é mais um que não explica bem o conteúdo do frasco.

Estou há mais de 15 anos vivenciando processos diversos e diversificados em vestiários que me permitiram ter um olhar crítico sobre aquilo que funciona e o que não contribui à preparação de uma equipe voltada para rendimentos elevados. Isto compensa um pouco a experiência que não tive como jogador. A mesma é importante, mas pode ser compensada por esta vivência prática em que todo o tempo tentei olhar o contexto com os olhares de como se eu fosse o líder principal do processo. Isto me permitiu refletir sobre muitas situações e desenvolver uma boa capacidade de identificar os problemas e criar procedimentos para solucioná-los. A relação interpessoal é fundamental e para mim é a base de qualquer sistema de liderança.

Tanto no futebol quanto na vida procuro ter um olhar humanizado das situações para criar assim um lastro de confiança com todos aqueles que fazem parte do processo. Isto me permitiu contribuir para a formação e evolução de muitos jogadores e também de membros da comissão técnica.

Por tudo isto que envolve a capacidade de liderança, bem como em função da clareza que possuo no que concerne ao meu Modelo de Jogo e minha Metodologia, me encontro devidamente preparado para quando a oportunidade chegar. Enquanto isso, vou trabalhando auxiliando os treinadores, da maneira que eu gostaria com que me auxiliassem. Tenho opiniões firmes, ideias próprias, mas uma lealdade absoluta com a hierarquia do processo.

Periodização Tática por Bruno Pivetti

Bruno Pivetti é autor do livro "Periodização Tática: o Futebol-Arte Alicerçado em Critérios".
Bruno Pivetti é autor do livro “Periodização Tática: o Futebol-Arte Alicerçado em Critérios”.
  1. Você é autor do livro “Periodização Tática: o Futebol-Arte Alicerçado em Critérios”, um dos livros mais recomendados do Brasil para o tema periodização tática. Como surgiu a ideia de transformar seu conhecimento sobre o assunto em um livro?

“Realizei esta presente obra, como o livro que gostaria de ter lido quando iniciei meus estudos em futebol. O livro acabou tendo uma grande aceitação geral do mercado brasileiro e o considero como um projeto bem-sucedido.”

O objetivo principal deste livro foi compartilhar com o público brasileiro os preceitos desta metodologia que talvez seja a mais estudada hoje nos grandes centros do futebol mundial. Como tive acesso em Portugal ao Professor Vítor Frade, por meio de suas aulas na FADEUP, e construí com o mesmo uma relação de amizade que se perdura até os dias atuais, estudei a fundo este tema. Paralelamente a estes estudos, fiz também alguns estágios no FC Porto, em diferentes Categorias, o que me possibilitou ter também um bom nível de conhecimento prático do assunto. Quando regressei ao Brasil, pude por meio de algumas experiências profissionais aplicar a referida metodologia. Assim, coletei dados de ordem teórica e também prática suficientes para conceber um livro que apresentasse a Periodização Tática ao público brasileiro, não só pelo aspecto teórico, mas também pelo prático.

Isto posto, era também um objetivo oferecer uma referência literária nesta área, vislumbrando aqueles que quisessem trabalhar com futebol e tivessem as mesmas origens que tive, ou seja, o mundo acadêmico. Dentro da Universidade tinha acesso a referencias de literatura sobre o futebol apenas pelo pressuposto físico e fisiológico. Não encontrava referencias relacionadas ao aspecto tático do jogo, bem como sobre a gestão de um processo de treino. Assim, realizei também esta presente obra, como o livro que gostaria de ter lido quando iniciei meus estudos em futebol. O livro acabou tendo uma grande aceitação geral do mercado brasileiro e o considero como um projeto bem-sucedido.

Agora, vale ressaltar que no que remete ao Modelo de Jogo representado na parte prática do livro, muito já se modificou em termos conceituais, em relação aquilo que fui vivenciando ao longo da minha carreira. Deve-se enfatizar, que qualquer Modelo de Jogo é fluído e o mesmo vai sofrendo adaptações mediante as experiências vividas. A convicção está sempre presente, assim como a flexibilidade para permitir a evolução através de novas ideias e aprendizagens que são incorporadas ao Modelo.

Enfim, um projeto do qual me orgulho, que era na verdade um recorte daquilo que eu era, pensava e sentia no respectivo período. Continuo sendo o mesmo autor, com convicção na Periodização Tática, mas que se permitiu evoluir em relação as suas Ideias de Jogo.

Bruno Pivetti Ludogorets.
Bruno Pivetti ministrando um treino do Ludogorets, da Bulgária. Crédito: Divulgação/Ludogorets
  1. Para quem não é familiarizado com o tema, como você define periodização tática e qual sua importância?

“Os jogadores são livres para agir, mas não podem agir livremente”. – Vítor Frade, criador da Periodização Tática.

Aqui tentarei ser o mais didático possível, pois se trata de uma metodologia complexa, mas que quando dominada contribui muito para solucionar as questões inerentes a qualquer processo de preparação de equipes voltadas para o alto rendimento.

A Periodização Tática é, por definição, uma metodologia de treino que visa operacionalizar as Ideias do treinador em um processo de ensino-aprendizagem em que tudo é desenvolvido em acordo com o Modelo de Jogo pretendido. Os exercícios de treino são desenvolvidos para aprimorar os princípios que compõe o Modelo de Jogo. O que se busca é uma repetição sistemática daquilo que se pretende para que os jogadores incorporem estes conteúdos em forma de hábito.

Por exemplo, se em um momento de transição defensiva, quando a equipe perde a posse de bola, é por ideia do treinador que os jogadores pressionem a bola instantaneamente em uma dinâmica coletiva, cria-se um exercício em que esta situação aparece repetidamente. Com a repetição sistemática em treino, se facilita para que os jogadores realizem este determinado princípio no jogo de forma espontânea.

Esta dinâmica vale para todos os princípios nos diferentes momentos do jogo. Isto faz com que o desempenho da equipe cresça não só do ponto de vista coletivo, como também da perspectiva individual, já que todos os jogadores vivenciam no processo de treino a máxima Especificidade. Fazendo uma alusão a famosa citação do Professor Vitor Frade, criador da Periodização Tática, em que “os jogadores são livres para agir, mas não podem agir livremente”.

A Periodização Tática também garante em sua concepção que os jogadores estejam nas máximas condições de rendimento quando chega o momento do jogo. Já que o processo de treino os permite estarem bem preparados em acordo com o Modelo de Jogo, com a dinâmica estratégica pretendida pela equipe, e também com as vertentes físicas, técnicas e psicológicas que são desenvolvidas em arraste durante os diferentes dias da semana.

Se trata de uma metodologia de treino complexa, cujo balizador é a questão tática da equipe. É constituída por princípios metodológicos próprios, cuja constituição semanal envolve uma lógica para assegurar uma boa relação entre desempenho e recuperação. Por isso, nos diferentes dias da semana, em acordo com os princípios objetivados, existem um predomínio de contrações musculares que permitirão aos jogadores não terem nenhum de seus estoques de energia comprometidos para um bom desempenho no jogo.

Temos atualmente excelentes obras e artigos que tratam deste tema com a devida profundidade. Creio que todos aqueles que trabalham ou pensam em entrar para o mercado do futebol devem ter contato com esta que é a metodologia de grandes treinadores da atualidade.

Daniel Dutra

Jornalista em formação e apaixonado por esportes. Juntei essas duas paixões para produzir conteúdo e valorizar a comunicação criando um portal para levar informação e gerar oportunidades.
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