Gestão Furacão: Atlhetico Paranaense entre os grandes. Crédito: Lucas Uebel/Getty Images
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Gestão Furacão: o Athletico Paranaense entre os grandes

Com a profissionalização de sua gestão, o Athletico Paranaense se consolidou entre os grandes clubes do Brasil. A gestão furacão iniciada em 1995 é um exemplo para muitos clubes mais tradicionais seguirem. Hoje, o rubro-negro é exemplo de administração, futebol e receita.


Ao divulgar o balanço financeiro de 2019, o Athletico Paranaense surpreendeu de forma positiva com alguns números. Não que tenha pego as pessoas de surpresa, mas ao encerrar sua dívida e terminar na frente de times como o Flamengo, referência financeira hoje em dia no Brasil, o clube mostra que sua gestão realmente é uma das melhores do país.

Para resumir os principais pontos, poderíamos apenas comparar a receita do clube com a de outros times. Assim, a diferença dos resultados de uma boa administração apareceria naturalmente. Contudo, vale citar como isso tudo começou. Caso queira pular essa parte da gestão furacão, pode começar a leitura a partir da próxima foto.

Em 1995, Mario Celso Petraglia, atual presidente do conselho deliberativo, assumiu a presidência do clube após resultados ruins. Já na época, ele adotou uma política de gerir o clube como uma empresa. Inclusive, é algo que citamos na matéria (clique aqui para ler) sobre clube-empresa no Brasil, onde não necessariamente, um clube precisa se tornar S/A para ter uma gestão profissional e trabalhar como uma empresa. Para isso, ele cortou gastos e investimentos desnecessários visando o êxito financeiro.

Durante todo esse tempo, Petraglia foi um dos maiores responsáveis pela construção da Arena da Baixada e do CT do Caju, que dentro de campo rendeu títulos brasileiros (Séries A e B), estaduais e, mais recentemente, a Sul-americana e a Copa do Brasil. Por isso, os números a seguir consolidam a boa gestão do projeto iniciado em 1995.

Superávit maior que o do Flamengo e receita maior que a dos outros clubes cariocas

Petraglia, Presidente do Conselho Deliberativo do Athletico Paranaense. Crédito: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Petraglia, atual Presidente do Conselho Deliberativo do Athletico Paranaense. Crédito: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Em uma nítida ascensão, o Athletico Paranaense se consolida no futebol brasileiro. A gestão furacão que vem gerando títulos de expressão nos últimos anos, tem motivos para isso. O clube conta com R$ 904 milhões em ativos, o que deixa times endividados para trás. Como exemplo disso, basta comparar o CAP com alguns clubes cariocas.

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Nesse balanço de 2019, o furacão terminou com uma receita de R$ 378,7 milhões. Se olharmos para Vasco e Botafogo, veremos que um terminou com R$ 215 milhões, e outro com R$ 213 milhões respectivamente. Já os custos do Athletico, chegaram a R$ 269 milhões, basicamente, o faturamento do Fluminense.

Com uma receita saudável, o clube conquistou R$ 84,8 milhões em premiações com títulos e classificações. Isso mostra a diferença dos resultados de uma administração consciente e que visa o lucro como forma de melhorar sua estrutura e jogar um bom futebol.

Esses dados revelam ainda um superávit de R$ 63,4 milhões em 2019, o maior do futebol brasileiro entre os clubes divulgados. O Flamengo, equipe referência no assunto atualmente, terminou um pouco abaixo, com R$ 62 milhões. Nos últimos 6 anos, os superávits acumulados do CAP somaram R$ 232 milhões.

Algo que ajudou na gestão furacão foi a venda de atletas, que gerou R$ 133 milhões em 2019.

Dívida zerada

Fontes de receita.
A venda dos jogadores é outro ponto de destaque do Athletico Paranaense, que faz boas negociações. Crédito da apresentação das fontes de receita dos clubes: Sportvalue.

Além dos bons resultados financeiros em 2019 apresentados acima, o Athletico Paranaense alcançou mais uma conquista. Ao lado do São Paulo, o clube se tornou o primeiro time a zerar todas as suas dívidas com a Receita Federal. A notícia foi divulgada pela Câmara Suprema do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

Na questão de cota de televisão, a análise diz que o clube ganhou R$ 159 milhões graças ao bom desempenho esportivo, que levou o time até a final da Copa do Brasil. Isso é algo gigantesco para o clube que ganha menos que os times do famigerado G-12 e ainda andou brigando com emissoras de TV. Ou seja, tirou mais proveito que o Corinthians por exemplo, um dos que mais ganham Cotas de TV e hoje é um dos mais endividados do país.

É mais uma vitória para o clube que tenta se estabelecer como exemplo no futebol nacional. Nos últimos anos, grandes mudanças aconteceram em busca de uma nova imagem, entre as mais explícitas, a troca de escudo, uniformes e mascotes. Para Petraglia, isso é uma forma de buscar autonomia.

“Nós queremos uma identidade própria. Era o nome do Atlético-MG, a camisa do Milan, o escudo do Flamengo… O Athletico Paranaense, hoje, tem de ser tão forte quanto os outros.” – Petraglia em entrevista na Rádio Jovem Pan.

Daniel Dutra

Jornalista e fundador da PressFut. Também atua no SBT e na Rádio Tupi.
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