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MLS: uma franqueadora do futebol americano

Daniel Dutra
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A MLS tem despertado os olhares de muitos fãs do futebol. Mantendo uma cultura nos Estados Unidos, ela adota um modelo diferente do convencional para os demais países.


Nos últimos anos acompanhamos a criação de alguns clubes de futebol nos Estados Unidos, como por exemplo, o Inter Miami, time do ex-jogador David Beckham. Normalmente, essas equipes são comandadas por grupos de empresários e já começam na primeira divisão do país. Com isso, algumas dúvidas sobre o campeonato passam pelas nossas cabeças.

Para quem é fã de basquete e acompanha a NBA, talvez já esteja familiarizado, mas o sistema adotado pelo futebol americano é bem diferente do resto do mundo. Por isso, entender como funciona a MLS é a maior curiosidade do torcedor de fora do país.

A MLS é uma liga relativamente nova. Isso porque o futebol americano já teve um campeonato, mas que foi extinto ainda na década de 80. Durante anos, os Estados Unidos não teve uma organização de disputa do mais alto nível do futebol no país. Mas para sediar a Copa do Mundo de 1994, o país foi obrigado a criar uma nova liga, que estreou em 1996.

Usando o modelo de playoffs, a nova liga americana estreou com 10 equipes divididas em duas conferências: Conferência Leste e Conferência Oeste. Tentando dar uma identidade americana ao campeonato, algumas regras foram criadas.

Quem não se lembra por exemplo do shoot-out, uma alternativa a tradicional disputa de pênaltis para resolver jogos empatados. O jogador recebia a bola a 35 metros do gol e tinha cinco segundos para vencer o goleiro. Entretanto, o retorno do público não foi nada bom. Não conseguiram atrair a audiência americana e ainda sofreram resistência dos fãs tradicionais de outros países.

Essa foi uma de várias outras regras testadas durante anos, mas que no final, vigorou o modelo tradicional. De diferente, sobrou então o modelo em playoffs, e a maneira que as equipes ingressam nas competições americanas.

Como um time entra na MLS?

Diferente dos campeonatos mundo afora, a Major League funciona literalmente como uma franqueadora. Claro, com suas próprias regras e adesão as leis do país. Existe um processo complexo para os times que querem fazer parte da competição. Por isso, eles precisam apresentar uma descrição detalhada da administração do franchise.

Atualmente a MLS conta com 26 equipes divididas entre as conferências, com plano de expansão em andamento. Para fazer parte, os empresários disputam entre si uma certa vaga, que atualmente tem um valor perto dos 150 milhões de euros, mas que vai aumentando conforme o campeonato vai crescendo. Valor bem diferente do que o tradicional Chicago Fire pagou ainda nos anos 90, nos primeiros anos da competição. Na época, 17 milhões foram suficientes para adentrar na liga.

Mas nem só de dinheiro se conquista o passaporte para a MLS. Como dito acima, existe todo um processo minucioso. Os clubes precisam apresentar diversos planos como: a construção de um estádio, plano de financiamento, de negócios, projeções financeiras, patrocínios, equipamentos e, principalmente, a aprovação do governo.

Carlos Vela, Los Angeles FC.
Vela é um dos destaques da MLS atuando pelo Los Angeles FC, time recém integrado na liga.

Tudo isso diferencia a MLS dos demais campeonatos, mas nos EUA, isso também acontece em divisão inferior, pois faz parte da confederação do país, e não somente da primeira divisão.

Como tentativa de manter um equilíbrio em cada competição, já que nenhuma equipe é rebaixada e nem classificada para uma outra divisão, existe um teto salarial para todos os times, que possuem – graças a nova regra chamada de Designated Player Rule – direito a apenas uma contratação milionária fora desse padrão. Essa mudança foi apelidada de Beckham Rule, pois a contratação de Beckham pelo LA Galaxy, que na época se tornou o jogador mais bem pago do mundo, foi a primeira nessa nova regra.

A tendência é que o campeonato americano continue crescendo, tanto em número de torcedores quanto no número de equipes. A expectativa atual é chegar a 28 times.

 

Daniel Dutra

Jornalista em formação e apaixonado por esportes. Juntei essas duas paixões para produzir conteúdo e valorizar a comunicação criando um portal para levar informação e gerar oportunidades.
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