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Demitido com menos de dois meses de trabalho, Rafael Dudamel mostra que não vale a pena se arriscar largando um trabalho para treinar uma equipe brasileira. O Atlético Mineiro foi desrespeitoso com o treinador.
Entramos no mês de março e 2020 já nos mostra que o planejamento dos clubes brasileiros não anda nada bem. Em apenas dois meses, 25% dos clubes da primeira divisão do campeonato brasileiro já trocaram de técnico. Entre os clubes que demitiram estão: Atlético Goianiense (Cristovão Borges), Atlético Mineiro (Rafael Dudamel), Botafogo (Alberto Valentim), Ceará (Argel Fucks) e Sport (Guto Ferreira).
Casos como o do Atlético Goianiense assustam. Cristovão Borges foi contratado no final de janeiro e demitido no final de fevereiro. Perdendo apenas um jogo em 7 partidas, a desculpa da diretoria foi a de que a metodologia do treinador não batia com a do clube. Bem contraditório. Na hora de contrata-lo não analisaram?
Enfim, infelizmente já nos acostumamos a ver situações como essas com os técnicos brasileiros. Mas ultimamente, uma onda de gringos surgiu no Brasil. Após o sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, as equipes do futebol brasileiro saíram contratando técnicos estrangeiros procurando um Messias, mas continuam sofrendo com a própria mentalidade dos dirigentes. No Atlético Mineiro não é diferente. No mês passado nós questionamos os clubes.
Vergonha e desrespeito
Para a temporada 2020, o Galo contratou o técnico Rafael Dudamel, da Seleção Venezuelana. Seu bom trabalho já chamava atenção de vários clubes, mas foi no Atlético, que o treinador decidiu tomar novos rumos. Largou um trabalho promissor que vinha desde as categorias de base para ter sua primeira experiência fora do país. Só não imaginava que essa experiência durasse tão pouco.
Sem apresentar resultados de imediato e sendo eliminado da Sul-Americana e da Copa do Brasil, foi o segundo treinador estrangeiro demitido em 2 meses de 2020. Mas afinal, o que quer o Atlético Mineiro? Qual tipo de jogo e em quanto tempo o clube queria que Dudamel entregasse?
Dudamel só trabalhou na seleção e em dois clubes, isso era sabido. Foi técnico da seleção de base da Venezuela e se destacou profissionalmente já na seleção principal, fazendo um bom trabalho, um dos melhores da história do país. Mas nunca pisou fora da Venezuela para comandar alguma equipe estrangeira.
Chega a ser um desrespeito o que o Galo fez. O treinador mudou literalmente toda a sua vida, para ser demitido em menos de dois meses de trabalho. São situações assim que complicam ainda mais a nossa fama, e com méritos. Esses mesmos clubes que saíram buscando treinadores estrangeiros, ao demiti-los dessa forma, sinalizam para outros profissionais que não vale a pena trabalhar no Brasil.
Se ao escrever um matéria no mês passado, eu colocava alguma dúvida nas contratações, ela praticamente já não existe mais. Gringos tem muito a agregar ao nosso futebol, mas é preciso dar condições para isso. Contratar para seguir moda não mudará nada. É realmente vergonhoso o que aconteceu. Uma pena para o Dudamel.
Além dele, o Atlético Mineiro demitiu Rui Costa (diretor de futebol), Marques Batista de Abreu (gerente de futebol) e toda a comissão técnica do clube. Começando o terceiro mês do ano, quais são as pretensões do Atlético Mineiro? E o planejamento, existe algum? O substituto de Dudamel será Jorge Sampaoli, argentino que foi vice-campeão brasileiro no ano passado com o Santos. Já para as outras funções, aguardemos os próximos capítulos.
