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Até hoje, muitas pessoas acreditam que Maradona foi pego no doping por uso de cocaína, que de fato era um vício do jogador. Contudo, Maradona não se dopou.
Quem não se lembra da emblemática cena de Diego Maradona deixando o campo de mãos dadas com uma médica da argentina? Na ocasião, eles caminhavam em direção a um exame de antidoping. Era o dia 25 de Junho de 1994, a Argentina acabava de vencer a Nigéria por 2 a 1 assegurando, praticamente, sua vaga nas oitavas-de-final da Copa do Mundo.
Se voltarmos um pouco no tempo, entenderemos o motivo. Já decadente em 1993, o então jogador do Newell’s Old Boys estava acima do peso e fora das condições necessárias para disputar uma Copa do Mundo. Contudo, Diego recebeu uma proposta de um patrocinador da Copa dos EUA: um bônus em dólares para que entrasse em forma e disputasse aquela Copa.
A partir de então, o empresário de Don Diego começou um incessante trabalho para convencer a mídia, a federação argentina e os torcedores, de que Maradona queria se recuperar. Além do empresário, os pais de Diego, sua esposa Cláudia e seu fisicultor Fernando Signorini trataram de ajudar nessa missão.
Entretanto, a missão não era das mais fáceis. Em 1991, dois anos antes, Maradona havia sido preso por posse de cocaína e mais algumas polêmicas, como ter atirado chumbinho em Carlos Lorenz, fotógrafo que armou para Diego.
A preparação para a Copa do Mundo
Cada vez mais perto da Copa, Maradona se internou numa clínica em Santa Rosa, longe da capital. Com um relógio para exercícios no pulso, passava horas numa esteira de primeira linha da época. Longe de qualquer tentação, levou uma dieta ao pé da letra enquanto se exercitava. Como reforço, tomava um suplemento controlado de produtos orgânicos.
Sem nenhuma substância proibida, o suplemento foi incluído na relação dos medicamentos eventuais de Maradona. Aquela altura, o El Pibe já havia conquistado a confiança de quase todos novamente. Quase! Nélida Grondona, mulher do então presidente da AFA, xingava Maradona de “índio hijo de puta”. A madame seria uma das responsáveis pela crucificação de Diego.
Copa do Mundo de 1994
A primeira partida foi uma goleada em cima da Grécia. Maradona voou! Marcou um golaço e a Argentina venceu por 4 a 0. Na comemoração, mais uma imagem marcante: o “descarrego” na câmera que o filmava. O êxtase foi momentâneo. Concentrado, Maradona se preparou para a partida contra a Nigéria. Aquela citada no início do texto, vencida por 2 a 1. Ao final do jogo, o camisa 10 da Argentina foi surpreendido pelo sorteio do antidoping, que o selecionou para fazer o exame. Todavia, muito tranquilo e sem nada a dever, Maradona foi realiza-lo.
Na mesma noite, a urina de Maradona viajou para o laboratório Paul Zibbern, em Los Angeles, para ser analisado. Na manhã seguinte, um técnico do laboratório informou que um dos frascos, ainda sem identidade, constava traços de Efedrina e de outras quatro possíveis sub-ramificações. Meia hora depois, a identidade foi revelada: Diego Armando Maradona. Michel D’Hooghe, responsável pelo antidoping, comunicou Joseph Blatter, então secretário-geral da FIFA.
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“De novo ele?” Maradona não se dopou!
De Blatter para Grondona, de Grandona para Nélida. A notícia foi se espalhando. A “primeira dama” da FIFA logo retrucou: “de novo ele?”. Em seguida, pressionou Grondona a acompanhar a contraprova do exame.
Grondona cedeu ao ódio da esposa e entendeu que a imagem da comemoração do gol contra a Grécia era uma afronta aos cartolas. Com todo o histórico de Diego, o corrupto presidente da AFA deixou com que a história do doping ganhasse a fama de cocaína. Para não se indispor com a FIFA, decidiu retirar Maradona da Copa.
“Defendi o Diego, então, como defendo até hoje. Dizia que ele caíra na cocaína mas que, na Copa dos Estados Unidos, não tinha jogado sobre efeito de qualquer estimulante.” – Silvio Lancellotti, jornalista que cobriu a Copa dos EUA.
A efedrina é uma substância presente em um remédio emagrecedor, que Maradona utilizou antes da Copa do Mundo. Inclusive, sendo recomendada pelo médico da AFA. Anos antes, na Copa de 1986, o volante da Espanha, Calderé também foi pego no doping para Efedrina, sendo suspenso por apenas uma partida. A diferença no entanto, é que o médico da Espanha assumiu a responsabilidade, enquanto o médico da argentina se negou a isso, prejudicando Maradona.