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Três técnicos que participaram da campanha do rebaixamento do Botafogo são responsáveis por colocar o Athletico Paranaense na final da Copa do Brasil e se tornar bi-campeão da Sul-americana.
Em outubro de 2020, o então técnico do Botafogo, Paulo Autuori, deixou o comando da equipe. Naquele momento, sua intenção era se aposentar como treinador e focar na carreira de gestor. No mesmo mês de outubro, Autuori foi repatriado pelo Athletico Paranaense. Mais uma vez, fazendo papel de manager no furacão, sendo técnico e diretor técnico ao mesmo tempo.
Enquanto isso, o Botafogo saia dos trilhos com salários atrasados e resultados ruins dentro de campo. O final, todos nós já sabemos: o alvinegro carioca foi rebaixado para a Série B. Entre outros funcionários que passaram pelo Botafogo na campanha do rebaixamento, estavam: Alberto Valentim (que saiu antes de começar o Brasileirão) e Bruno Lazaroni, que era interino e chegou a ser efetivado e demitido logo em seguida.
Pois bem, um ano depois, o Botafogo está de volta à primeira divisão. Contudo, o assunto aqui é outro e diz respeito ao contexto em que os funcionários citados estavam e estão inseridos agora. Enquanto o alvinegro comemora o retorno à elite, o Athletico Paranaense comemora a vaga em duas finais expressivas: a Copa do Brasil, que será disputada em dezembro, e a Sul-Americana, conquistada nesse sábado (20). Uma nacional e outra internacional. Ambas, vencidas pela primeira vez há pouco tempo.
E qual a relação entre o momento desses times?
A comissão técnica. Três treinadores que passaram pelo Botafogo em 2020, no ano do recém rebaixamento, são os responsáveis por levarem o Athletico para as finais citadas. Alberto Valentim, é verdade, chegou no final da temporada. Mas ainda assim, eliminou grandes favoritos, como o milionário Flamengo por exemplo. Mas se tem algum dedo importante nessa história, é realmente de Paulo Autuori, que além de contratar Valentim e Lazaroni, teve a coragem de mudar um esquema tático, que estava definido há anos nas campanhas vitoriosas do Athletico.
O clube paranaense possui uma equipe que traça o melhor esquema tático para o time e aperfeiçoa o treinamento e as jogadas, dentro das características do elenco. Essa equipe já está no clube há cinco anos e, ao longo desse tempo, conquistando títulos, definiu que o CAP deveria jogar no 4-2-3-1/4-1-4-1.
Em poucos dias de trabalho, Autuori percebeu que a variação 5-3-2/3-5-2 (o mesmo que chegou a usar no Botafogo) seria um esquema competitivo para o Athletico. Por isso, convenceu a comissão a mudar o esquema e, nesse final de temporada, percebemos que deu certo.
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Por que no Athletico Paranaense deu certo e no Botafogo não?
Se formos levar em consideração apenas o esquema tático, não podemos reclamar do alvinegro, pois enquanto Autuori lá esteve, conseguiu implementar bem a formação citada. Contudo, os resultados não foram o esperado, pois a equipe empatava muito. Todavia, como sabemos, haviam outros fatores que influenciavam também, dentro de campo. O Botafogo vivia a expectativa de se tornar uma empresa mas, enquanto isso, atrasava salários e dirigentes diziam que o clube poderia falir. Contratações internacionais de craques consagrados como Honda e Kalou não davam certo e, coube a Paulo Autuori tentar segurar a barra.
E assim ocorreu até o próprio Autuori pedir o chapéu. Sem resultados, o treinador declarou que ele mesmo se demitiria caso se auto comandasse. Para o seu lugar, Bruno Lazaroni assumiu com alguns resultados imediatos. Porém, pouco durou após as primeiras derrotas. Não houve sequer tempo hábil para Lazaroni desenvolver sua metodologia.
Portanto, todos esses fatores na época do Botafogo jamais estiveram presentes no Athletico Paranaense. No furacão, além de um elenco melhor e muito mais estrutura, Autuori e Lazaroni tiveram toda a temporada para trabalhar e implementar um novo modelo de jogo para o Athletico. Após chegar já no final da temporada, Valentim pôde assumir um time em plenas condições para brigar pelos títulos em disputa.